Meio Ambiente


 

Esse tema é de fundamental importância para o trabalho das escolas, uma vez que o nosso futuro na Terra depende da forma como a tratamos. A cidade é um meio ambiente dos homens nos dias atuais e sua existência já demonstra a capacidade humana de intervir na natureza para a satisfação de suas necessidades.

       Essas intervenções, no entanto, durante muito tempo foram totalmente desligadas de uma preocupação mais ampla em relação ao planeta e ao ecossistema em que estamos inseridos. Essas formas desorganizadas e pouco planejadas de atuação durante muitos anos provocaram grandes problemas ambientais para as cidades como as enchentes, a poluição do ar, das águas, do solo e do próprio visual urbano.

          A urbanização rápida e pouco planejada de nossa cidade, nos anos de 1970 e 1980, provocou alguns problemas que têm se expressado de forma cruel com a população, como as enchentes dos córregos Poá e Pirajuçara nos meses de verão. Em contrapartida, encontram-se ainda, de propriedade do município, alguns terrenos no Pq. Monte Alegre e Pq. Laguna que preservaram uma expressiva cobertura vegetal. Outros de propriedade particular, como o Jardim Iolanda, mantém em plena cidade uma vasta coleção de espécies vegetais e animais da Mata Atlântica que originalmente cobriu esta região.

Nosso município conta também com o Parque das Hortênsias, que funciona como um veículo capaz de instrumentalizar a população quanto à relevância dos aspectos ecológicos e, consequentemente, quanto à sua preservação e cuidados.

Nesse sentido, concordamos com afirmativas como a que se segue: Sabemos que a educação ambiental não se faz através de um ato isolado. Qualquer alteração no meio ambiente é resultado da ação combinada do ser humano, seja intencional ou não. Por isso, cabe à sociedade, em conjunto e em operação, encontrar soluções aos erros cometidos e buscar programas contra a agressão ao meio ambiente. (1) 

(1) GUSSOM FILHO, Deolival. Zoológico Municipal de Taboão da Serra/ SP. Um espaço para a educação de escolas públicas, 2002. Monografia de Conclusão de Curso. Centro Universitário Adventista de São Paulo/ UNASP.

 

Nascentes do Córrego Pirajuçara

 

A partir de observações da carta topográfica 1:10.000 da Emplasa (Empresa Paulista de Planejamento Metropolitanos S/A), verificou-se que a nascente do Ribeirão Pirajuçara faz divisa entre os municípios de São Paulo e Embu. À sua margem esquerda, localiza-se o bairro Santo Eduardo (Embu) e, à direita, o Parque Fernanda em São Paulo. Houve uma modificação da paisagem natural por meio da ocupação desordenada, comprometendo a identificação da nascente do córrego Pirajuçara.

A porção da bacia que abrange o município de Taboão da Serra se refere ao seu principal afluente da margem esquerda: o Córrego Poá. Além desse afluente, há também o Córrego Ponte Alta, Córrego Joaquim Cachoeira, entre outros que não apresentam denominações específicas.(2)

(2) CANIL, Kátia. Geógrafa do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) – USP. Entrevista concedida à equipe de História. São Paulo, out. 2003. 

 

O Córrego Pirajuçara, principal afluente da margem esquerda do Rio Pinheiros, é atualmente o contribuinte mais problemático em termos de enchentes. Com extensão de 18 km, percorre um trecho de 10,7 km na divisa dos municípios de Taboão da Serra e São Paulo, desenvolvendo os seus últimos 7,3 km inteiramente na capital. O seu trecho final, dentro do Campus da Cidade Universitária, foi recentemente canalizado, sendo praticamente o único não sujeito a inundações.

O Córrego Poá, principal afluente do Córrego Pirajuçara, ainda guarda algumas áreas remanescentes de várzeas ao longo da rodovia Régis Bittencourt, que devem ser preservadas por medidas a serem adotadas pela Prefeitura de Taboão da Serra. O intenso processo de movimento de terra e áreas sendo loteadas pode comprometer a vegetação. Nesse aspecto, cabe destacar que a ausência de áreas florestadas altera o comportamento do ciclo hidrológico, propiciando aumento de temperatura e um clima semelhante ao desértico, onde há choques térmicos mais acentuados e, consequentemente, maiores precipitações. (3)

(3) Departamento de água e energia elétrica. Secretaria de Recursos Hídricos, Saneamento e Obras. Controle de Inundações na Bacia Hidrográfica do Córrego Pirajuçara, 1998.

 

A Bacia do Ribeirão Poá

A Bacia do Ribeirão Poá possui uma extensão de 16,2 km e o traçado paralelo ao Rio Pirajuçara. Também apresenta conformação linear completando a hidrografia do município. Destaca-se também o Córrego Ponte Alta, afluente do Poá. (...) Esses cursos d’água tem suas nascentes no município de Embu, nas bacias hidrográficas quase totalmente inseridas em Taboão da Serra.(4)

(4) Prefeitura Municipal de Taboão da Serra. Diagnóstico Regional e Urbano, out. 2003: Taboão da Serra, 2003. Relatório. 

Ao longo do Ribeirão Poá, existem grandes áreas de uso predominantemente industrial, próximas a áreas verdes situadas em suas margens e cabeceiras; tais áreas poderão vir a ser totalmente ocupadas pelas áreas industriais, isto de acordo com o zoneamento do município.(5)

(5) DAEE- Departamento de Água e Energia Elétrica. Macrodrenagem do Pirajuçara. Disponível em: . Acesso em: 30 set. 2002. 

Água

Da nuvem até o chão

Do chão até o bueiro

Do bueiro até o cano

Do cano até o rio

Do rio até a cachoeira

Da cachoeira até a represa

Da represa até a caixa d’água

Da caixa d’água até a torneira

Da torneira até o filtro

Do filtro até o copo

Do copo até a boca

Da boca até a bexiga

Da bexiga até a privada

Da privada até o cano

Do cano até o rio

Do rio até o outro rio

Do outro rio até o mar

Do mar até outra nuvem.(6)

(6) TATIT, Paulo; ANTUNES, Arnaldo. Água. Disponível em: http:www.mpbnet.com.br/musicos/arnaldo.antunes/letras/agua.htm>. Acesso em: 24 set.2004

 

 

Origem do Nome Taboão da Serra

Por volta do século XIX, iniciou-se uma exploração territorial no sudoeste de São Paulo. Verificou-se a existência de uma área caracterizada por várzeas. Região esta que oferecia condições adequadas para o surgimento de plantas ribeirinhas. Dentre elas, inúmeras taboas.

Conforme estudos e análises dos depoimentos de moradores, pode-se constatar que a denominação de nosso município (Taboão da Serra) teve suas origens a partir do nome dessas plantas (taboas).

Como a maioria dos nomes de cidades e vilas não se refere diretamente a alguém ou a um acontecimento, as pessoas passam a dar várias interpretações. O nome vem de taboa, planta nativa dos brejais ou várzeas. (7)

(7) GONÇALVES, Waldemar. Taboão da Serra, sua história e sua gente. Taboão da Serra: O Pirajuçara, 1994, p.8. 

 

Várzea

Várzea é um terreno alagado em virtude dos transbordamentos ocasionados por chuvas intensas na foz dos rios. Muito fértil, é coberto por vasta vegetação, que forma um habitat de grande riqueza biológica devido à variedade de espécies de fauna e flora ali encontradas.

Serve como filtro das águas que vêm para represa e como criadouro natural de alimentação para toda fauna aquática, que vai desde pequenos crustáceos até peixes e vertebrados de maior porte, como tartarugas.(8)

(8) Governo do Estado de São Paulo. Secretário do Meio Ambiente. Panfleto do Parque Estadual da Várzea do Embu-Guaçu, 2003. 

 

“Ali era um brejão, tinha uma várzea cheia de taboa. Para chegar à escola, era preciso levantar a saia e levar dois sapatos, porque era tamanho brejo que meus pés ficavam cheios de barro.” (9)

(9) MORAES, Maria Rachel Marques. Professora aposentada e empresária. Entrevista concedida à equipe de história. Taboão da Serra, 2003. 

 

Curiosidade

Taboa – Typha Dominguensis – a taboa é aquele ‘capim’ dos brejos, formando massas uniformes; planta bastante rústica e que está presente em vários pontos do planeta. (...) A taboa cresce rápido, torna qualquer espaço alagadiço; ainda hoje é usada na fabricação de esteiras (muito confortáveis por sinal) e outros trançados. Chega a dar quatro cortes por ano, isso em áreas não alimentadas por esgotos, onde talvez possa dar ainda mais. A taboa funciona como uma depuradora de águas, como os aguapés, e tem outras utilidades: suas folhas possuem celulose em estado muito puro, que poderia ser aproveitada pelas fábricas de papel e papelão; do seu rizoma, tira-se alimento saboroso e nutritivo. Muitos animais usam os taboais para se reproduzir, como os jacarés, tartarugas, patos e gansos. (10)

(10) GEOCITIES, Typa Dominguenis. Disponível em: http:www.geocities.yahoo.com.br. Acesso em: 17 out. 2002. 

 

Jardim Iolanda

O loteamento denominado Chácara Iolanda, neste município, fica localizado no km 275 da Rodovia Régis Bittencourt. É constituído por uma vasta área pertencente à reserva da Mata Atlântica correspondendo a 500.000 m² (quinhentos mil metros quadrados) aproximadamente, apresentando uma riqueza de espécies animais e vegetais.

O condomínio Jardim Iolanda conta com o gerenciamento do síndico e ambientalista Sr. Nilton Benedito Esteves que, por sua vez, auxilia no cumprimento e aplicação das normas ambientais do local.

Essa propriedade particular recebeu essa denominação em homenagem à D. Iolanda Catani, por ser a pessoa que deu início ao loteamento dessa área e consequentemente foi a primeira moradora.

A Mata Atlântica

A Mata Atlântica, um dos mais ricos conjuntos de ecossistemas em termos de diversidade biológica do planeta, é diretamente responsável pela qualidade de vida de milhares de brasileiros. Nas cidades, áreas rurais, comunidades caiçaras e indígenas, ela regula o fluxo dos mananciais hídricos, assegura a fertilidade do solo, controla o clima, além de preservar um patrimônio histórico e cultural.

(...) É uma floresta densa, sempre verde, com árvores emergentes de até quarenta metros de altura, e um rico sub-bosque formado por samambaias, palmeiras, bromélias, orquídeas, cipós e outras trepadeiras. (11)

(11) CAPOBIANCO, João Paulo R. Dossiê da Mata Atlântica, São Paulo: Ipis. Projeto de Monitoramento participativo da Mata Atlântica, 2001, p. 3.

 

“Tenho 91 anos e vim para cá em 1957. Era tudo mato! Por isso que chamavam e ainda chamam até hoje o Jardim Iolanda de Oásis do Taboão. Um dia, observei na mata uns vinte macaquinhos, uma lebre e um veadinho... Levem as crianças para o campo pois é mais saudável do que na cidade. Amem a natureza mesmo!“.(12)

(12) CATANI, Iolanda. Fundadora do Condomínio Jardim Iolanda. Entrevista concedida à equipe de história. Taboão da Serra, 2003. 

 

“A especulação imobiliária trouxe consequências desastrosas para a cidade, restando apenas pequenas áreas verdes. Uma no jardim Monte Alegre e outra no Parque Laguna. Essa última é uma região com 500.000 m², onde biólogos fizeram levantamento da fauna e flora.

Estive com o prefeito na Secretaria da Cultura do órgão CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), responsável por preservar o patrimônio Histórico do Meio Ambiente.

Na época, entregamos um requerimento aprovado por unanimidade pela Câmara Municipal, pleiteando o tombamento dessa área, a fim de transformá-la em um Parque Ecológico, objetivando preservar as espécies animais (gambás, quatis, tucanos, capivaras e saguis) e vegetais. Estiveram aqui alguns peritos desse órgão, a fim de fazerem um levantamento dessa área, pois no referido local a Polícia Militar pretendia construir um conjunto habitacional." (13)

(13) MORAES, Said Jorge de. Secretário de esportes da Prefeitura Municipal de Taboão da Serra. Entrevista concedida à equipe de História. Taboão da Serra, 2003.

 

Breve Histórico do Parque das Hortênsias

O Parque foi inaugurado às 10 horas do dia 24 de junho de 1979. Inicialmente, não havia muitas árvores no local. Porém, com o passar dos anos, foram plantadas algumas delas e em 1992 o Parque foi institucionalizado  como Jardim Zoológico. Com o objetivo de disponibilizar à população conhecimentos referentes à preservação ecológica, o Prefeito na época (Dr. Armando de Andrade) criou o Parque juntamente com as professoras das EMIs.

Dados recentes indicam que o município de Taboão da Serra possui no Parque das Hortênsias uma das poucas, senão a única, área de lazer disponível, onde é possível observar árvores nativas como Manacá da Serra, Quaresmeiras, Pau-Brasil, Eucaliptos, Ipês Roxos e Amarelos, entre outras; e uma boa coleção de animais nativos como arara azul, arara vermelha, cateto, caxinguelê, ema, jabuti, jacaré do papo amarelo e jaguatirica entre os setenta animais em exposição no Parque. Funciona ainda como entretenimento aos munícipes e aos estudantes, auxiliando na pesquisa científica e principalmente educacional, sendo utilizado pelas escolas do município e da região. (14)

(14) FERREIRA, Melquíades José. Histórico do Zoológico e Projeto de Educação AmbientalBotânica e Zoologia; O que é um Zoológico? Taboão da Serra, 2003.

 

“Tenho acompanhado o desenvolvimento urbano nas proximidades do Parque das Hortênsias nesses nove anos de trabalho e as mudanças foram grandes. As ruas ao redor eram de terra e foram pavimentadas. Havia muitos terrenos baldios que hoje foram substituídos por casas e prédios. Dentro do Parque, o asfalto nas alamedas facilitou o acesso dos visitantes que antes eram obrigados a enfrentar ladeiras de barro para visitar os animais. Por outro lado, para os animais, esse progresso trouxe outros inconvenientes como ruídos de cães das casas vizinhas, de carros, diminuição da umidade do ar. Todos esses fatores desencadeiam um maior stress e por isso temos trabalhado na arborização dentro dos recintos e no trabalho de enriquecimento ambiental para que haja uma compensação para estes animais.” (15)

(15) FERREIRA, Melquíades José. Entrevista concedida à equipe de história. Taboão da Serra, 2003. 

 

Você sabia?

“Antigamente, em toda a região que compreendia do bairro do Parque Laguna até o Parque Assunção, havia uma extensa área verde correspondente à Mata Atlântica, onde muitos animais transitavam em busca de alimentos e água. Dentre eles, destacou-se o Caxinguelê, sendo considerado o símbolo do Parque das Hortênsias, pois sempre que frequentava esse recinto encontrava frutos da Araucária e sementes de sua preferência.” (16)

(16) MENEGHETTE, Odair. Diretor do Parque das Hortênsias na década de 1980. Entrevista concedida à equipe de História. Taboão da Serra, set.2004. 


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