A escolha deste assunto diz respeito tanto à necessidade de levar a cabo a ideia de partir do cotidiano de alunos e professores para ampliarmos, em movimentos de ida e volta, a nossa compreensão do mundo mais amplo, como também de colocarmos em discursão a escola e seu papel na sociedade.
Nesse sentido, tematizar a escola e discutir a respeito dela pode permitir aos alunos ter maior identidade em relação ao tema, aumentando seus laços afetivos com esse espaço, ligação necessária ao bom desempenho de todos.
A opção temática é a educação, mas o centro da questão é a escola e suas práticas, pois a prática escolar distingue-se de outras práticas educativas, como as que acontecem na família, no trabalho, na mídia, no lazer e nas demais formas de convívio social, por constituir uma ação intencional, sistemática, planejada.(1)
(1) BRASIL/MEC Parâmetros Curriculares Nacionais. Introdução. Vol. I, 2001, p. 45.
ESCOLAS EMERGENCIAIS
ESCOLAS EMERGENCIAIS E ISOLADAS
“Em fevereiro de 1959 começaram a surgir as primeiras escolas isoladas, todas rurais, uma no bairro das Oliveiras regida pela Prof.ª Georgina Nassif e outra no Jardim Vista Alegre regida pelo Prof. Valter Campos.
Havia 47 escolas isoladas e eram criadas com um cargo, ou seja, o professor efetivo era quem dava aula nessas escolas isoladas. Posteriormente, surgiram as escolas de emergência criadas naqueles núcleos, pois a escola isolada já não estava atendendo a demanda. Taboão da Serra possuía 15 classes de emergência. Havia escolas isoladas e de emergência que ficavam distantes da Inspetoria Auxiliar (na E.E. Antônio Inácio Maciel). Em dezembro de 1975, houve uma redução das escolas isoladas, totalizando 42.” (2)
(2) E.E.ANTONIO INÁCIO MACIEL. Mapas de movimento das escolas isoladas, jan.1972 a dez.1975. Taboão da Serra, 2003.
“A escola isolada era criada e extinta por decreto através do governo ou Secretaria da Educação, semelhante à escola estadual, e servia para concurso de ingresso, de remoção. Eram isoladas porque ficavam distantes para atender pequenas comunidades instaladas em fazendas, nas regiões rurais do município. Em 1975, foi implantado o Projeto da Rede Física que pretendia reestruturar o ensino de 1.º grau. Esse fator e a expansão populacional permitiram que as escolas fossem agrupadas, surgindo assim as escolas estaduais de 1.º grau.”(3)
(3) GARBIN, Geralda Iveti. Diretora e supervisora aposentada da Secretaria de Educação. Entrevista concedida à equipe de história. Taboão da Serra, set. 2003.
“67 FOI O ANO DAS CONSTRUÇÕES”
“O interesse da prefeitura não se restringiu apenas à construção de novas salas de aula e nem à doação de mobiliários (carteiras, cadeiras, armários, fogões etc.)”.
(...) São as seguintes realizações de D. Laurita Ortega Mari no setor de ensino às crianças:
Jardim Maria Rosa, Jardim Monte Alegre, Cidade Intercap, Jardim São Judas Tadeu, Arraial Paulista, Jardim Helena, Vila Pazzini, Jardim Pirajussara, Jardim Maria Sampaio e Escola da Guarda Civil. Todas as escolas foram construídas em alvenaria ou em galpões de madeira. ”(4)
(4) 67 foi o ano das construções”. Gazeta do Taboão. Taboão da Serra, 13 out. 1967, n.º 83
ESCOLA EMERGENCIAL DO BAIRRO INTERCAP
“A prefeitura era pobre e a Dona Laurita me chamou para ajudar a construir a escola... Foram feitas duas salas de compensado, trouxeram cadeiras e carteiras quebradas e os maridos ajudavam a consertá-las. Em 1974, comprei panelas, copos, canecas e demais objetos e os levei para a escola; também fiz a merenda das crianças. A prefeitura levou o fogão. Na época do Armando, construiu-se o João Caly.”(5)
(5) CUNHA, Rosa Amélia. Moradora do jardim Intercap. Entrevista concedida à equipe de história. Taboão da Serra, nov. 2003.
GRUPO ESCOLAR DA CAIXA BENEFICENTE DE GUARDA CIVIL:
“Em 1967, terminei o curso de pedagogia e me removi para a escola do Taboão do Grupo Escolar da Caixa Beneficente da Guarda Civil de São Paulo. Essa escola foi bem diferente porque as crianças trabalhavam nas olarias. Parecia um trabalho semiescravo. Como acordavam muito cedo, vinham cansadas para a escola e dormiam na sala de aula. As escolas de emergência eram construídas para atender à demanda, normalmente eram feitas de madeira. As isoladas, em geral, ficavam em zona rural, nas fazendas ou em beira de estradas.”(6)
(6) BENDINELLI, Amélia Ueda. Professora e Coordenadora aposentada. Entrevista concedida à equipe de história. Taboão da Serra, 2003.
ESCOLA EMERGENCIAL DO INSTITUTO PINHEIROS
“Trabalhava como cozinheira no Instituto Pinheiros e um dos diretores sugeriu que construíssem uma sala para a escola. Posteriormente, comecei a preparar a merenda para as crianças da escolinha. Nessa sala, havia um cimentado onde os alunos ficavam sentados para tomarem a sopa. Essa escola atendia todas as crianças da redondeza e não só os filhos dos funcionários do Instituto.”(7)
(7) FONSECA, Anésia Gonçalves. Cozinheira aposentada do Instituto Pinheiros. Entrevista concedida à equipe de história. Taboão da Serra, 2003.
“A Escola Estadual do Jardim Maria Rosa era uma escolinha de madeira com quatro salas e a única escola central da região em 1958. Nessa época foram formadas as escolas emergenciais porque a demanda de alunos era muito grande e não tinha escola na região. As escolas de emergência funcionavam duas horas por dia com todo o Curriculum escolar que deveria ser cumprido.”(8)
(8) MORAES, Maria Rachel Marques. Entrevista concedida à equipe de história. Taboão da Serra,2003.
BREVE HISTÓRICO DA ESCOLA ESTADUAL ANTÔNIO INÁCIO MACIEL.
O terreno foi doado por José Jesuíno, pai de Antônio Inácio Maciel, que posteriormente deu o nome à escola. Em 1944, começou como uma escola isolada. A partir de 1952, formou-se o Grupo Escolar do jardim Maria Rosa (o primeiro nome da escola), sendo sua construção em madeira e algumas salas de aula (as condições da escola para atender a demanda de alunos eram extremamente precárias).
Em 1962, o prédio foi inaugurado com o nome do Grupo Escolar Antônio Inácio Maciel. Foi considerada uma escola muito antiga e conceituada, pois os filhos de médicos vinham estudar aqui. Em 1963, D. Neide veio para cá como diretora da escola e até 1969 a escola era formada por classes de 1.ª a 4.ª séries. Havia quatro classes de pré-escola, duas de deficientes mentais e quatro classes para cursos de adultos, incluindo o ginásio noturno. Até às 17 horas, nesse prédio, funcionava o Grupo Escolar Antônio Inácio Maciel e a partir das 18 horas o Colégio Estadual de Taboão da Serra. Antigamente, havia um diretor para o primário e outro para o ginásio, dificultando assim a integração entre os níveis de escolaridade. Nessa época, comecei como professora, pois era a única que tinha o curso de pedagogia. Em 1971, fui convidada para ser auxiliar de direção de D. Neide e com o passar dos anos comecei a substituí-la, pois ela se tornou vereadora e ficava afastada por intermédio da Delegacia de Ensino. Enquanto estava na direção, D. Neide era muito exigente, valorizava todas as festas cívicas e sempre fazia questão que a escola ficasse em primeiro lugar, mesmo se não houvesse competição. As festas juninas e as gincanas eram realizadas no São Francisco Club.
Em 1986, assumi a direção do Antônio Inácio Maciel, pois D. Neide se aposentou. Os cinco primeiros diretores podem ser relacionados da seguinte forma:
1- Maria José Montemor;
2- Walter Nieble de Freitas;
3- Neide Gonçalves;
4- Myrthes Felipe de Almeida;
5- João Medeiros de Sá Filho(9)
(9) ALMEIDA, Myrthes Felipe de. Diretora aposentada da E.E. Antônio Inácio Maciel. Entrevista concedida à equipe de história. Taboão da Serra, dez. 2003. Material de apoio: Mapas de movimento das escolas isoladas de fev.1959 a dez.1967 e mapas de movimento de escolas de emergência do Antônio Inácio Maciel de jan. 197ª a dez. 1975.
“Eu e meus irmãos estudamos no Inácio; Não sei se era a primeira escola de Taboão, mas meu pai afirmava que sim. ”
A primeira professora que ficou em minha lembrança foi a D. Cremilda Perdigão Pacheco, pois ela me elogiava muito. Antigamente, as professoras eram muito exigentes e a escola era muito acolhedora. A gente entrava meia hora mais cedo para brincar de roda. Naquele tempo, respeitava-se muito a professora. ”(10)
(10) PESTANA, Benvinda Maria. Entrevista concedida à equipe de história. Taboão da Serra, 2003.
A MUNICIPALIZAÇÃO E O CRESCIMENTO DA REDE
A municipalização do ensino se apresentou para as administrações municipais como um grande dilema, principalmente para Prefeitura de Taboão da Serra que, no fim de 1996, não tinha nenhum dos seus 6.850 alunos matriculados no ensino fundamental. A maioria fazia parte da educação infantil, cerca de 1500 estavam no ensino médio profissionalizante e 150 na educação especial. (...) A Prefeitura optou por abrir classes de ensino fundamental em suas Escolas Municipais Infantis que tinham estrutura para tanto. Foram construídas 25 salas de aula, divididas em sete escolas, o que permitiu aumentar a capacidade de atendimento com a mesma estrutura administrativa. A Prefeitura firmou convênio com a Secretaria da Educação Estadual para construção de quatro escolas, das quais três entraram em funcionamento em 2002 e uma em 2003, oferecendo assim maior número de vagas de ensino fundamental e educação especial. Foram municipalizadas nove escolas estaduais, que passaram a ser geridas pela Prefeitura.(11)
(11) FUNARI, Claudia Vicenza. Um olhar educomunicativo sobre a comunicação interna na Secretaria Municipal de Educação e Cultura. São Paulo, 2003. Monografia para obtenção do título de especialista em nível de pós-graduação de processos comunicacionais. ECA, Universidade de São Paulo.
“Lembro-me pouco do meu avô Maciel, pois quando ele morreu eu tinha apenas nove anos. Todos os vizinhos eram donos de chácaras. Quando estudei no Inácio, as ruas nem eram asfaltadas. A chácara era tão grande que quase nem saia de casa. Eu e minhas irmãs brincávamos nos pés de frutas.”(12)
(12) BARNOWSKY, Anita. Entrevista concedida à equipe de história. Taboão da Serra, 2003.
ESCOLA RUI BARBOSA, PIONEIRA NO ENSINO PROFISSIONALIZANTE
A primeira escola Municipal e Profissionalizante de Taboão da Serra foi o Rui Barbosa, inaugurado em 1978 pela administração Armando de Andrade. Em princípio, as aulas eram ministradas em prédio alugado na Rua Getúlio Vargas, mas em pouco tempo a escola foi transferida para prédio próprio, localizado na Rua Armezinda de Jesus Pereira, n.º 60 no Jardim Virgínia. Em 1979, metade das salas de aula já estava construída e a escola contava com o 1.º e 2.º graus. Na época, a Prefeitura disponibilizava um ônibus para transportas os alunos do largo do Taboão até a escola.(13)
(13) Escola Rui Barbosa, Pioneira do Ensino profissionalizante. Gazeta do Taboão. Taboão da Serra, 04 set. 2003, p. 4.
INFORMÁTICA NA ESCOLA
A informática educacional vem contribuir no processo de ensino-aprendizagem. O computador deve ser um instrumento pedagógico à disposição da construção de conhecimento em todas as disciplinas escolares. A Futurekids do Brasil, empresa contratada pela Prefeitura de Taboão da Serra, trará para os alunos do Ensino fundamental de 1.ª a 8.ª séries, a partir de 2003, os recursos tecnológicos como alternativas possíveis para realização de determinadas tarefas educativas.(14)
(14) PAZINI, Márcia. Supervisora de Ensino da Secretaria Municipal de Educação de Taboão da Serra. Entrevista concedida à equipe de história, out. 2003.
“A educação precisa ser sempre reinventada. A televisão está aí... o computador também... Nós nos resgatamos quando acreditamos e sabemos de onde viemos. Não somos únicos. O educador, de um modo geral, não deveria se preocupar somente com o letramento, mas sim em ressaltar a parte humana das crianças, o estudo das tradições, das condições para analisar as origens”(15)
(15) PREFEITURA MUNICIPAL DE TABOÃO DA SERRA. Secretaria de Educação e cultura. Plano Municipal de Educação. Taboão da Serra, 2003.
FACULDADE DE TABOÃO DA SERRA
“Iniciamos na região em 1993 com o curso pré-vestibular Universitário. A Faculdade não foi uma iniciativa individual, surgiu a partir da sugestão dos alunos do 3.º ano do Ensino Médio. Fizeram uma pesquisa de mercado e concluiu-se que a faculdade atenderia não somente alunos de Taboão da Serra, mas também de regiões próximas. Em 2000, surgiu a faculdade e, com ela, cinco cursos: Administração Empresarial, Marketing, Sistema de Informática, Pedagogia e Turismo; em 2003 iniciou-se o curso de Letras, havendo planos de implantação do Curso de Direito em 2004.”(16)
(16) OLIVEIRA, Sandra Aparecida Simões Garcia. Diretora da Faculdade de Taboão da Serra. Entrevista concedida à equipe de história. Taboão da Serra, out. 2003.
EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO INFANTIL
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Pesquisas afirmam que a educação infantil tem um papel cada vez maior na formação integral da criança, no desenvolvimento de sua capacidade de aprendizagem e na evolução do nível de inteligência das pessoas, mesmo porque inteligência não é herdada geneticamente e nem transmitida pelo ensino, mas construída pela criança, a partir do nascimento, na interação social mediante a ação sobre os objetos, as circunstâncias e os fatos.
(...) A primeira escola, fundada em 1978, foi a EMI Monteiro Lobato, seguida pela Pica-Pau Amarelo (1978), tia Nastácia (1979), Marquês de Rabicó (1979), Visconde de Sabugosa (1981).(17)
(17) PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE TABOÃO DA SERRA. Secretaria de Educação e Cultura. Plano Municipal de Educação. Taboão da Serra, 2003. Relatório.
EDUCAÇÃO ESPECIAL
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos dessa lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.
Lei de Diretrizes e Bases.
A Educação Especial passa a ser vista por sua transversalidade, pois permeia todo o fluxo escolar municipal, da Educação Infantil, do Ensino fundamental, da Educação de Jovens e Adultos, ao Ensino Médio, Pós-Médio e Superior. (...) O princípio fundamental desse plano é de que as escolas devem acolher todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras.(18)
(18) PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE TABOÃO DA SERRA. Secretaria de Educação e Cultura. Plano Municipal de Educação. Taboão da Serra, 2003. Relatório.
“Foi um projeto em que participei junto à primeira dama do Município e alguns técnicos da área da educação. Por representar uma experiência nova, visitamos vários municípios para conhecermos o trabalho desenvolvido pelos mesmos. Na época, elaboramos um projeto, e foi construída uma escola envolvendo muitos profissionais: técnico, neurologistas, pediatras, fonoaudiólogos, orientadores pedagógicos. Com o passar do tempo, surgiu uma nova proposta de inclusão. Concluiu-se que esses alunos não deveriam ficar confinados. Hoje, no ensino fundamental, através do Professor João Medeiros, também um grande educador da cidade, o trabalho de inclusão desses alunos vem acontecendo de foram expressiva”.(19)
(19) MORAES, Said Jorge de. Secretário de Esportes da Prefeitura de Taboão da Serra. Entrevista concedida à equipe de história. Taboão da Serra, 2003.
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.
Lei de Diretrizes e Bases
Os jovens e adultos e a escola - expectativas.
Com base na experiência ou em pesquisas sobre o tema, sabemos que os motivos que levam jovens e adultos à escola referem-se predominantemente às suas expectativas de conseguir um emprego melhor. Mas suas motivações não se limitam a este aspecto. Muitos se referem também à vontade mais ampla de “entender melhor as coisas”, de “ser gente”, de “não depender sempre dos outros”. Especialmente as mulheres referem-se muitas vezes também ao desejo de ajudar os filhos com deveres escolares, ou simplesmente de lhes dar um bom exemplo (...). ”(20)
(20) BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Proposta curricular: Educação para Jovens e Adultos. 4 ed. São Paulo/ Brasília, 2001.v.1.
Escolas inovam no ensino da matemática
Secretaria: Educação, Ciência e Tecnologia
Conheça a Khan Academy, sistema gratuito que está revolucionando o aprendizado.
Escolas de Taboão da Serra estão testando novas ferramentas para o ensino da matemática. Uma delas é a EMEF Dr. Anísio Dias dos Reis, no Jardim Saint Moritz. A escola está utilizando a plataforma digital Khan Academy para instigar os alunos a descobrir um novo mundo por trás dos números.
O Khan Academy é um sistema de aprendizado gratuito que está disponível na internet. As aulas são simples e as atividades são divididas por assuntos e série escolar. O site foi criado pelo americano Salman Khan e oferece, além do ensino da matemática, cursos em diversas áreas do conhecimento, como ciência, artes e humanidades.
Alunos aprendem conceitos matemáticos através do site da Khan Academy
Devido à simplicidade com que os assuntos são tratados, através de vídeos, a plataforma se tornou um sucesso mundial e é recomendado por personalidades, como o empresário Bill Gates, o lutador Anderson Silva e a atriz Marina Ruy Barbosa.
Na prática, o sistema funciona da seguinte forma: através de um computador com acesso a internet, os alunos estudam em casa os conceitos disponíveis na Khan Academy. Na escola, duas vezes por semana, cerca de 270 alunos da EMEF, que estão matriculados nos quartos e quintos anos do Ensino Fundamental, têm aulas no laboratório de informática.
Plataforma ainda oferece desafios para que alunos fixem os conteúdos que aprenderam
As crianças, acompanhadas por um professor e por um técnico da área de informática, realizam “desafios” que são testes de conhecimento. Quando estes desafios terminam e os alunos atingem uma nota específica, a plataforma propõe novos conceitos para serem estudados. As crianças que não possuem computador em casa utilizam o laboratório de informática da escola, das 12h às 13h, para estudar os conceitos na Khan Academy.
De acordo com a diretora da escola, Priscilla Scandalo, um dos principais desafios para a aplicação do método foi entender o processo. “É preciso entender a proposta para poder monitorar os alunos e acompanhar o rendimento de cada um deles. Nesse sentido, nós nos debruçamos, entendemos o que é a plataforma Khan e criamos uma dinâmica de monitoramento”, explica. “Esta estratégia está sendo utilizada para instrumentalizar os professores e, consequentemente, eles repassam isso aos alunos”, afirma.
Já a coordenadora pedagógica Priscila Rodrigues disse que não imaginavam que a plataforma pudesse ser tão eficaz. “Inicialmente nós não sabíamos que o sistema era tão claro, que era possível ver que determinado aluno estava zerado no sistema ou mesmo que não atingiu tais habilidades”, diz. “Depois de monitorar, apresentamos os resultados aos professores e eles começaram a ter mais clareza e compreender como poderiam ajudar estes alunos que estão com dificuldade”, finaliza.(21)
(21) Escolas inovam no ensino da matemática. Assessoria de Imprensa. Taboão da Serra, 01 dez.2014.
Disponível em: em:< htpp:// www.taboaodaserra.sp.gov.br/noticias/2014/12/01/escolas-inovam-no-ensino-da-matematica.> Acesso em: 21, jan.2015.
Os japoneses em Taboão
Os primeiros japoneses chegaram a Taboão da Serra a partir de 1919 e se acomodaram em áreas próprias para a agricultura, como os bairros Jardim Jussara, Campo Limpo, Morro Verde, Nadir e das Palmas. Eram ao todo 19 famílias provenientes da Alta Sorocabana. O primeiro deles, TOYOKICHI NAKAO, chegou em 1919, indo morar em Campo Limpo. Líder político da colônia tinha grande influência junto ao Governador Armando Sales de Oliveira, que era apoiado por Miguel Luciano, influente político que residia em Pinheiros. Segundo Nakao, com uma economia de dez mil contos de réis por família, foi construída a escola japonesa-brasileira, na estrada de Campo Limpo, ao lado do Taboão.
O terreno, que custou 7.500 contos de réis, foi adquirido por Avelino Lima. A obra, depois de concluída, custou 28 contos de réis.
Entrevistado por ocasião do 50.º centenário da imigração em Taboão, em 1969, pelo então repórter do Jornal O Estado de São Paulo Waldemar Gonçalves, Nakao, já falecido, contava que a primeira ajuda financeira do Japão chegou em 1921, para a construção de uma ponte sobre o rio Pirajuçara, na divisa com a Capital, que custaram 25 contos de réis. Nakao contou ainda que em 1926 foi fundada o Núcleo Agrícola de Taboão, por batateiros, verdureiros e feirantes que faziam parte da Zona BR-2, composta por sete municípios da zona oeste-sul de São Paulo.
*GONÇALVES, Waldemar. Taboão da Serra, sua história, sua gente. Taboão da Serra: O Pirajuçara, 1994. p. 31e 32.
Primeiros professores
Odila Luiz Gonçalves e Kiyokazu Inoue, os primeiros professores da Escola Mista Particular de Taboão da Serra, lecionaram em 1932 e 1942. A professora Odila foi também funcionária do Cartório de Registro de Imóveis em São Paulo e Inoue, funcionário da Cooperativa Agrícola de Cotia. Durante a comemoração do 50.º aniversário da imigração japonesa na região, em 1969, os dois professores relembraram o começo, com 32 anos, em barracões de madeira, em chão de terra batida.
Odila dava aulas de Português. Inoue, de Matemática. Ele tinha dificuldade no domínio da língua portuguesa e ela não compreendia o idioma japonês. Assim, um ensinava ao outro e, com sacrifício e muita boa vontade, conseguiram dar um pouco de cultura àqueles que frequentavam a escola. Hoje, a escola está em prédio novo, em terreno doado pelo Centro Esportivo e Cultural, com professores e administração do Governo do Estado.
*GONÇALVES, Waldemar. Taboão da Serra, sua história, sua gente. Taboão da Serra: O Pirajuçara, 1994. p.48.
Escola durou 62 anos
A escola para filhos de imigrantes do Pirajuçara foi construída em 1935, sob a liderança de Saijé Yashita, vice-presidente da Associação dos Japoneses. O primeiro professor foi Tadao Kamiyama. Foi oficializada em janeiro de 1969, tendo como diretora Helena Tsuno e professora Misao Moriya. Em 1977, filiou-se à Federação de Ensino da Língua Japonesa. Também contou com os trabalhos de Shizu Orihashi (até 1991) e Akira Nishi. Ficava ao lado do salão principal do Centro Cultural.
A Escola Japonesa de Pirajuçara fechou em 1997.
* Escola durou 62 anos. “O Cidadão”. Junho de 2003, p. 3.
SOBRE NÓS
Somos uma equipe que trabalha com o resgate e a preservação da memória/história de Taboão da Serra, numa perspectiva de construção coletiva que privilegia a diversidade de pontos de vista sobre nossas experiências e, nesse sentido, queremos compartilhar com você esta produção.